Imagina ser arrancado de sua terra natal, de sua parentela e transportado a força para muito longe, junto a muitos outros e outras em igual situação. Separadas de suas mães, de seus filhos, de maridos. Por vezes agredidas, violentadas. Imagine a fome, o frio, doenças, dor, medo. Quanta tristeza!
Imagina ser vendida como um animal, ser exposta, tocada, para uma vida de muito trabalho forçado. Imagina ver seus filhos nascerem e saber que serão submetidos a mesma dor. Imagina quando esses filhos são frutos da violência. Imagina ter filhos arrancados e vendidos e não poder saber-lhes o paradeiro, nem como estão. Imagina vê-los chorar, vê-los adoecer, vê-los sofrer torturas e nada poder fazer.
Triste história da escravidão!
E essas guerreiras africanas, e suas proles brasileiras, com garra, sabedoria, conhecimentos, lutas, sofrimentos, teimosia, alegria, encheram a cultura do Brasil de cores, cheiros, sabores, palavras, dengo, bondade, samba, beleza.
Elas amamentaram, criaram, ensinaram brincadeiras e cantigas, acalentaram, aconselharam, acolheram, os filhos do Brasil, os seus e os dos seus senhores. Aguçaram os sabores dos pratos, encheram as cozinhas e as ruas com seus quitutes deliciosos, produziram remédios que curavam os males, cantaram seus lamentos, medos, alegrias, esperanças, dançaram lindamente, choraram e também sorriram, e fizeram sorrir.
Vejamos alguns registros, feitos no final do século XIX, dessas mulheres que fizeram o Brasil...
 |
AugustoStahl. Mina Nago. 1865. |
 |
João Goston, 1870. |
 |
João Goston, 1870. |
 |
João Goston. Negra posando em estúdio, c. 1870. Salvador, BA. |
 |
João Goston, 1870. |
 |
João Goston, 1870. |
 |
Marc Ferrez. |
 |
Lindemanm. |
 |
Coleção Gilberto Ferrez. |
 |
Marc Ferrez. Negra com seu filho, c. 1884. Salvador, BA. |
 |
José Christiano Júnior, mãe e filha. |
 |
Escrava de ganho, vendendo frutas no Brasil, cerca de 1860. Museu Imperial, Petrópolis. |
 |
João Goston. Escrava Doméstica, c. 1870. Salvador, BA. |
 |
Marc Ferrez, 1885. |
 |
Marc Ferrez. Negra da Bahia, c. 1885. Salvador, BA |
 |
Marc Ferrez. Negra da Bahia, c. 1885. Salvador, BA. |
 |
Creoulas da Bahia-Brazil-Cliché R.Lindermann, in Retratos Postais Negreiros. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário